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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Enem substitui vestibular em federais

Mesmo com problemas como vazamento e adiamento, ocorridos após sua reformulação, no ano passado, a influência do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) não para de crescer. Levantamento feito pela Folha nas 59 universidades federais e com dados dos 39 institutos federais mostra que mais de 92 mil vagas serão oferecidas exclusivamente com a nota do Enem, sem que o aluno precise fazer outras provas. 

A projeção é que, em 2011, essas instituições tenham ao todo 235 mil vagas, a serem preenchidas também por outros processos seletivos. A substituição total do vestibular pelo Enem ocorre de duas maneiras. Na primeira, majoritária, as universidades aderem a um sistema integrado que seleciona os alunos para cursos de todo o país, exclusivamente usando o Enem. 

Na segunda, as instituições fazem um ranking próprio da nota do Enem entre os candidatos. No ano passado, foram apenas 47 mil vagas oferecidas por este sistema integrado, chamado Sisu e criado pelo Ministério da Educação. "Se não tivesse ocorrido o vazamento, o Enem estaria ainda mais forte", disse o consultor Rudá Ricci. 



MAIS VAGAS

Das 59 federais, 23 usarão o Enem como etapa única, mas todas vão utilizar a nota de alguma forma, por exemplo, pontuação na nota final. As que vão usar mais timidamente são as que optaram apenas para preencher vagas remanescentes, como UnB (Brasília) e Ufal (Alagoas). 

Como algumas universidades federais ainda definem a abertura de cursos para o próximo ano, o número de vagas disputadas por meio do Enem deve crescer. É o caso da UFABC (federal do ABC), que confirmou que 100% de suas vagas serão preenchidas pelo sistema integrado do MEC, mas ainda não definiu quantos postos terá em 2011. 

Em São Paulo, a principal adesão foi da UFSCar (federal de São Carlos). Em junho, o reitor Targino de Araújo Filho deu como motivo para abandonar a prova própria a perspectiva de poder abrir as portas da universidade para estudantes de todo o país. 



SEM ADESÃO
A maior parte das instituições que não usaram o Enem de nenhuma forma no ano passado, mas que passam a utilizá-lo agora, alegaram falta de tempo hábil para terem participado da primeira edição do sistema integrado. Uma das universidades que apresentaram a justificativa foi a UFMG (de Minas), que passou a usar o exame como primeira fase de seu processo seletivo.

O surgimento de novas vagas, seja pela criação de cursos em instituições que já aderiam ao Sisu seja pela criação de novas universidades -como Unilab e Ufopa (Oeste do Pará) - também ajudam a explicar o aumento desse número. 


Especialistas ouvidos pela Folha atribuem esse aumento ainda a razões políticas, como moeda de troca para liberação de verbas do Reuni (programa do governo federal que expande as universidades federais), e financeiras- porque é mais barato e simples "terceirizar" para o governo federal a organização e a execução do processo seletivo. Procurado, o Ministério da Educação não quis se pronunciar.

Da Folha de S.Paulo. 

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